Alguns livros nos ganham pela delicadeza. É o caso de Aquarelas: haicais, de Léo Prudêncio, publicado pela Editora Penalux. Não preciso dizer que se trata de um livro de haicais, pois isso o próprio nome da obra já indica. O que posso dizer é que se trata de um pequeno livro muito agradável de se ler. Mal sentimos o tempo passar e, quando vemos, acabou a leitura, deixando na boca um gostinho de doçura e de quero-mais. Além dos 99 haicais de autoria de Léo Prudêncio, o livro nos traz um posfácio do Poeta de Meia Tigela, no qual ele fala um pouco sobre o que é haicai.
Para quem não sabe, haicai (ou haiku) é um poema de origem japonesa, extremamente sucinto, pois é formado por apenas três linhas. Este gênero de poesia chegou ao Brasil no início do século passado e já possui muitos poetas praticantes. Existem algumas pequenas regras de devem ser seguidas em relação às sílabas poéticas, ao tema abordado, entre outras coisas. No entanto, algumas dessas regras não são seguidas em outros países além do Japão, incluindo aí o Brasil, sobretudo no que diz respeito às sílabas poéticas, em virtude da diferença enorme entre os idiomas. De todo modo, são poemas minúsculos e encantadores, o que se confirma com o livro Aquarelas: haicais, livro que recomendo aos amantes de haicais e àqueles que ainda não conhecem o gênero mas que tenham interesse em conhecer. Abaixo deixarei alguns poemas retirados do livro para deixá-los com água na boca.
um pássaro pousou
no galho do pé de manga:
somos dois solitários
ela é tão linda
que a lua toda se alumia
quando a vê passar
diante do universo
o homem é apenas mero
grito silencioso
avessa a aparições
ela saiu de seu casulo
e nunca mais foi vista
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