O outro: poema


Só, caminha o ser errante,
envolto em sombra desolada.
O peito sangra, golpe de espada.
Sofre por não conseguir ver
aquele a quem segue nas sombras.
Quem é? Ah, quem é aquele em cuja fronte
se esconde um rosto que ninguém mais viu?
Quem é o outro que bebe da fonte
o raro néctar que ninguém bebeu?
E quando juntos na dor degustavam,
já não sabiam, quando se encontravam,
quem era o outro, “será  ele ou eu?”

Nenhum comentário:

Postar um comentário