A Espiã - Autor: Paulo Coelho - Editora Paralela - Ano: 2016 - Número de paginas: 183 - Skoob - Cortesia da editora
A espiã, de Paulo Coelho, publicado pela Editora Paralela, conta a história real de Margaretha Gertruida Zelle (recebeu este nome por causa de uma atriz muito respeitada na época), que nasceu em 1876, na Holanda, era filha do empresário Adam Zelle e de Antje Van der Meuller. Em 1889, sua família vai à falência, sua mãe adoece e morre dois anos depois. Com 15 anos, Margaretha foi para um internato, e aos 16, foi violentada pelo diretor da instituição. Em meio a este acontecimento, Margaretha ouve uma conversa entre as internas, que também haviam sido violentadas. Percebendo que estão sozinhas, com medo, preferem esconder o fato e viver em silêncio (já que naquela época iriam ser escandalizadas perante a sociedade, caso alguém as expusessem). Um dia, ao folhear o jornal, Margaretha vê um anuncio que dizia: "Rudolf Macleod, oficial do exercito holandês, de descendência escocesa, atualmente servindo na Indonésia, procura jovem noiva para casar-se e morar no exterior."
Ela então resolve trocar cartas com Rudolf, tendo nele sua salvação, após algumas cartas Rudolf resolve vir até o internato para conhecer Margaretha. Os dois conversam e ela está convencida de que será sua oportunidade para libertar-se, por Rudolf ser um oficial e morar em java. Eles ainda se encontram mais duas vezes e depois se casam. Mas o que ela não sabe é que Rudolf era um homem violento e que vivia bêbado, e assim começam as humilhações e o desprezo. E pra piorar, ele fazia com que ela contasse em detalhes o abuso que havia sofrido no passado, repetindo cada detalhe, como se sentisse prazer em humilhá-la.
Margaretha teve dois filhos com Rudolf, uma menina e um menino, o qual foi envenenado por uma empregada que achava que matando o filho, estaria se vingando de Rudolf, porque era violentada por ele. Um dia, cansada de tudo e de todos, Margaretha resolve fugir, embarcando em um trem que vai para Paris, onde deixa de ser Margaretha (com medo de ser procurada por seu marido, sendo um oficial muito influente) e passa a usar o nome de Mata Hari. Finge ser uma dançarina e faz sua primeira apresentação usando véus. No meio da dança, ela começa a tirá-los, um a um, ficando nua e chamando a atenção, tanto dos homens, quanto das mulheres que estão na plateia, e em pouco tempo, torna-se a bailarina mais exótica e desejada da época.
Mata Hari passa a ser amante dos homens mais ricos e influentes, frequenta festas da alta sociedade, tem joias, dinheiro, muitos shows e Paris aos seus pés, mas esta cansada de ser bajulada e não sentir amor. Um dia, sentada do lado de fora de um café em Paris, ela recebe um convite de um admirador para dançar na Alemanha, entusiasmadíssima ela resolve aceitar o convite, mal sabendo que seria seu fim. Ao chegar na Alemanha, há toda uma movimentação de soldados pela cidade e Mata Hari não consegue entender, mal consegue fazer seu primeiro show, de uma temporada de 6 meses, e os restantes são todos imediatamente cancelados. Há soldados e armas por toda a parte.
Através de uma narrativa envolvente, o autor reconstitui a história dessa mulher admirável, ao utilizar ficcionalmente as cartas trocadas entre ela e o advogado que cuidava do caso, enquanto Mata Hari aguardava julgamento na prisão de Saint-Lazare, em Paris. Seu único crime foi ser uma mulher livre. “Sou uma mulher que nasceu na época errada e nada poderá corrigir isso. Não sei se o futuro se lembrará de mim, mas, caso isso ocorra jamais me vejam como uma vítima, mas sim como alguém que deu passos corajosos e pagou sem medo o preço que precisava pagar”. (Mata Hari)
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