Ao farol
Autora: Virginia Woolf
Editora Autêntica
Editora Autêntica
Ano: 2013
Número de páginas: 234
Ao farol, livro de Virgínia Woolf, publicado pela Editora Autêntica, narra a história da família Ramsay, cuja harmonia é sempre mantida graças aos esforços da Sra. Ramsay. O marido não ajuda muito, com seu temperamento difícil, ranzinza e amargurado, sempre isolado, refém da própria inteligência. A história inicia na casa de veraneio da família. James, o filho do casal, deseja visitar um farol próximo à residência da família, porém, o tempo ruim não ajuda nos planos para o passeio. James fica muito contrariado, sobretudo por causa dos comentários ríspidos do pai acerca do passeio.
Em meio a esse ambiente pesado, Lily Briscoe, uma artista plástica, amiga da família, pinta um quadro dos Ramsay, enquanto jovens praticam esportes e desfrutam dos prazeres da praia. Apesar de toda essa movimentação, a Sra. Ramsay incomoda-se com o silêncio da casa, e começa almejar o tão falado passeio ao farol, como uma forma de fugir do incômodo causado por esse silêncio. O passeio ao farol acontece, mas em outro momento, o que não muda é o silêncio que tanto mal faz à Sra. Ramsay.
O livro é dividido em três partes, a primeira apresenta os personagens com toda a sua humanidade, virtudes e defeitos, trazendo os seus temperamentos e formas de sentir o mundo; a segunda parte nos mostrará acontecimentos decisivos na vida da família, além de apresentar-nos a degradação da casa como um reflexo da degradação das pessoas; e a terceira, é o momento em que o tão esperado passeio acontece, de forma bem diferente daquela que foi idealizado. É na segunda parte do romance que podemos perceber mais claramente o quanto a deterioração da casa está relacionada com a deterioração da família Ramsay, além de conter o ponto mais alto da narrativa, o clímax da história, através de informações que são passadas ao leitor.
Ao farol é uma obra com forte teor psicológico, portanto deve ser lida com toda a tranquilidade, para que não se perca nenhum detalhe. Os personagens estão muito longe da superficialidade, são extremamente profundos e complexos. Para ser mais exata, os personagens são completamente humanos e, portanto, absolutamente possíveis. Ler Ao farol é como mergulhar em um mundo de subjetividades, de sentimentos que subjazem e que nos levam para além de nós mesmos, nos fazendo perder a noção do tempo. Virgínia Woolf tem uma escrita elaborada, impecável, que consegue nos surpreender positivamente. Trata-se de uma leitura inesquecível, um livro para ficar entre os favoritos.
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