Paris do Oriente é um romance histórico da escritora australiana Belinda Alexandra, publicado pela Editora Fundamento. A história tem seu início em 1945, na cidade chinesa de Harbin, onde vivem famílias de refugiados russos que fugiram da revolução comunista, em 1917. A nossa jovem protagonista, Anya, é uma menina de 13 anos, filha de um ex-oficial do exército russo, que servia ao czar e, por isso, precisou fugir da Russia após a revolução comunista. No ponto em que a narrativa começa, a menina já havia perdido o pai, vítima de um acidente, e vivia com sua mãe, Alina, neste último ano da Segunda Guerra Mundial, em uma cidade dominada pelos japoneses. Com a derrota dos Países do Eixo, os russos invadem Harbin. Anya e sua mãe são separadas. A menina é enviada para Xangai, aos cuidados de Sergei, um russo muito rico, dono da boate Moscou-Xangai e casado com a norte-americana Amélia, uma mulher cruel e interesseira.
Em Xangai, sempre com a esperança de reencontrar sua mãe, a vida da menina muda completamente. Anya, através do amor, conhece o céu e o inferno. Em 1949, acontece a Revolução Chinesa, e os russos invadem Xangai. Anya precisa fugir, pois sendo filha de um coronel do Exército Branco, será morta, caso caia nas mãos dos comunistas. Vítima da pior das traições e amargando uma imensa perda, a menina, agora com 17 anos, refugia-se na Austrália, com a ajuda de um amigo que trabalha na embaixada americana. Vendo-se completamente sozinha, a garota precisa lutar para sobreviver em um mundo hostil. E é exatamente isso que ela faz, tornando-se mulher nessa terra estranha que a acolheu. A nossa personagem torna-se, então, uma nova australiana.
A história é narrada pela própria Anya, o que limita a visão que temos dos acontecimentos, pois só podemos enxergar o universo narrativo através dos olhos da narradora-protagonista. Pessoalmente, acredito que a escolha da autora não poderia ter sido melhor, pois com esse tipo de narrador, foi possível acompanhar muito de perto o mundo interior da personagem, enxergamos a realidade com seus olhos, o que fez com que se criasse um vínculo muito forte entre a leitora e a narradora. Foi possível compartilhar com Anya as suas dúvidas, as suas certezas, as suas alegrias e as suas decepções, que não foram poucas. Além disso, acompanhamos as dúvidas da jovem quanto ao paradeiro de sua mãe, se estava viva, se estava bem e, sobretudo, se as duas voltariam a se encontrar. Enfim, sabemos tanto quanto Anya sobre situações que lhe dizem respeito e, por isso, somos tão surpreendidos quanto ela com o desenrolar dos acontecimentos.
Eu já havia lido, de Belinda Alexandra, o livro Uma saga na Toscana, cuja resenha pode ser conferida AQUI, e já havia me encantado com o trabalho de pesquisa da autora, muito importante, por se tratar de um romance histórico. Em Paris do Oriente mantive a minha boa impressão nesse sentido, pois a pesquisa é impecável. O livro nos transporta para o período final da Segunda Guerra, nos dá uma ótima mostra do que foi, para uma descendente russa, viver em plena Guerra Fria, fugindo de seu país após a Revolução Comunista. Creio que um dos pontos fortes do livro seja a mostra que ele nos dá de como o ser humano é capaz de se reinventar, mesmo em meio a grandes decepções e perdas. É muito bonito ver personagens cuja vida fora arrasada por guerras e revoluções, refazendo suas vidas e formando famílias que, em outras circunstâncias, seriam improváveis. Pessoas que perderam seus entes queridos vão se associando e, pelos laços da amizade e do sofrimento, formam novas famílias. Posso dizer que Paris do Oriente é um livro muito emocionante e envolvente, capaz de agradar a públicos variados, desde aqueles que apreciam uma narrativa recheada de elementos históricos, até os que buscam emocionar-se com uma boa leitura.
Para comprar: Editora Fundamento
Em Xangai, sempre com a esperança de reencontrar sua mãe, a vida da menina muda completamente. Anya, através do amor, conhece o céu e o inferno. Em 1949, acontece a Revolução Chinesa, e os russos invadem Xangai. Anya precisa fugir, pois sendo filha de um coronel do Exército Branco, será morta, caso caia nas mãos dos comunistas. Vítima da pior das traições e amargando uma imensa perda, a menina, agora com 17 anos, refugia-se na Austrália, com a ajuda de um amigo que trabalha na embaixada americana. Vendo-se completamente sozinha, a garota precisa lutar para sobreviver em um mundo hostil. E é exatamente isso que ela faz, tornando-se mulher nessa terra estranha que a acolheu. A nossa personagem torna-se, então, uma nova australiana.
A história é narrada pela própria Anya, o que limita a visão que temos dos acontecimentos, pois só podemos enxergar o universo narrativo através dos olhos da narradora-protagonista. Pessoalmente, acredito que a escolha da autora não poderia ter sido melhor, pois com esse tipo de narrador, foi possível acompanhar muito de perto o mundo interior da personagem, enxergamos a realidade com seus olhos, o que fez com que se criasse um vínculo muito forte entre a leitora e a narradora. Foi possível compartilhar com Anya as suas dúvidas, as suas certezas, as suas alegrias e as suas decepções, que não foram poucas. Além disso, acompanhamos as dúvidas da jovem quanto ao paradeiro de sua mãe, se estava viva, se estava bem e, sobretudo, se as duas voltariam a se encontrar. Enfim, sabemos tanto quanto Anya sobre situações que lhe dizem respeito e, por isso, somos tão surpreendidos quanto ela com o desenrolar dos acontecimentos.
Eu já havia lido, de Belinda Alexandra, o livro Uma saga na Toscana, cuja resenha pode ser conferida AQUI, e já havia me encantado com o trabalho de pesquisa da autora, muito importante, por se tratar de um romance histórico. Em Paris do Oriente mantive a minha boa impressão nesse sentido, pois a pesquisa é impecável. O livro nos transporta para o período final da Segunda Guerra, nos dá uma ótima mostra do que foi, para uma descendente russa, viver em plena Guerra Fria, fugindo de seu país após a Revolução Comunista. Creio que um dos pontos fortes do livro seja a mostra que ele nos dá de como o ser humano é capaz de se reinventar, mesmo em meio a grandes decepções e perdas. É muito bonito ver personagens cuja vida fora arrasada por guerras e revoluções, refazendo suas vidas e formando famílias que, em outras circunstâncias, seriam improváveis. Pessoas que perderam seus entes queridos vão se associando e, pelos laços da amizade e do sofrimento, formam novas famílias. Posso dizer que Paris do Oriente é um livro muito emocionante e envolvente, capaz de agradar a públicos variados, desde aqueles que apreciam uma narrativa recheada de elementos históricos, até os que buscam emocionar-se com uma boa leitura.
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