Breve comentário sobre o texto "Quem forma o professor leitor" de Luzia de Maria



Ao organizar alguns textos antigos guardados, encontrei um do qual gostei muito de ler, há alguns anos. O texto chama-se “Quem forma o professor leitor?”, De Luzia de Maria. Ao lê-lo, recordei-me do meu primeiro semestre no curso de Letras. A primeira aula de Teoria da Literatura, foi extremamente marcante, pois ao dizer-nos que teríamos de ler Édipo Rei, de Sófocles, a professora resolveu contar-nos a história antes. Isso foi feito com tal emoção por parte dela, que emocionou, também, a nós, alunos, que escutávamos. Ao terminar a aula, fomos nós, colegas, conversando no ônibus sobre a história e pude comprovar que a boa impressão foi geral. No outro dia, fui a biblioteca pegar o livro de Sófocles emprestado e, lá chegando, encontrei três colegas que também foram retirá-lo, todos interessadíssimos em ler a obra. 

Mais tarde, o mesmo aconteceu em uma aula de Literatura Ocidental, em que a professora nos contou duas histórias, uma de Moacyr Scliar (História Porto-Alegrense) e a outra de Marina Colasanti (Entre as folhas do verde O.). Percebia-se o prazer da mestra ao contar as histórias e isso fazia com que os alunos escutassem fascinados. A partir dessas duas experiências, decidi que gostaria de mostrar às pessoas (em especial aos meus alunos) o quanto a literatura pode fazer-nos feliz. Isso foi bem antes do boom dos blogs literários, mas a ideia de compartilhar leituras já estava latente

Essas experiências ficaram em um nível muito emocional. Ao reler os textos contados pelas professoras, sinto novamente aquele imenso prazer causado naquele primeiro momento, mas custei um pouco a pensar sobre isso de forma puramente racional. O texto da doutora Luzia de Maria forneceu-me subsídios para organizar esses sentimentos em forma de ideias e creio que isso tem me acompanhado na minha trajetória de leitora e, sobretudo, de professora. A partir dos argumentos apresentados pela autora foi provado que as experiências vivenciadas por mim e meus colegas não são um fato isolado. Podemos nós, também, com o nosso entusiasmo por um determinado livro, influenciar positivamente outras pessoas, contribuindo para a sua formação leitora. 

4 comentários:

  1. Ótimo texto, Tatiana!
    Concordo com o que disse. Percebi que é minha colega de curso e, apesar de ainda não tê-lo concluído, já passei várias vezes por essa situação. As aulas de Teoria da Literatura sem dúvidas foram as melhores que já tive, a professora que tive sabe transmitir seu gosto pelo que ensina, sempre saia da aula com uma lista de livros para buscar na biblioteca, o mesmo hoje ocorre nas aulas de Literatura Brasileira no Séc. XX que estão me deixando tão mais fascinada pela pós-modernidade quanto possível.
    Espero conseguir transmitir sempre esse entusiasmo e provocar curiosidade em todos que conheço, ver "nascer" esses leitores vorazes que hoje povoam a internet. <3

    Adorei o blog, já me inscrevi e acompanharei sempre.
    Beijos,
    Adriana.
    Crônica sem Eira

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    1. Que bom, Adriana! Fico feliz que tenhas gostado do blog. Creio que o principal tu já tens, que é a paixão pelos livros. Agora é só compartilhar o entusiasmo. Espero receber a tua visita mais vezes. Beijo!
      Tatiana

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  2. Que texto delicado! Ninguém se torna leitor do dia para a noite, é um trabalho para uma vida e que começa na infância. Gostei muito do post!

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    1. Obrigada! Começa antes da alfabetização, certamente, quando os pais leem para os filhos.

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