A colheita dos dias, de Valesca de Assis: uma releitura

A colheita dos dias, de Valesca de Assis: uma releituraA colheita dos dias, de Valesca de Assis: uma releitura
Um dos grandes prazeres de um leitor é, depois de algum tempo, reler uma obra da qual ele tenha gostado muito. Grande parte desse prazer se deve ao fato de que, com o passar do tempo, mudamos a visão que temos do mundo que nos rodeia. Em outras palavras, amadurecemos, adquirimos a vivência necessária para a compreensão de nuances da narrativa que nos escaparam em uma primeira leitura. Pois muito bem, foi exatamente isso que aconteceu, com esta leitora que vos escreve, ao reler a obra A Colheita dos Dias, de Valesca de Assis.

Havia lido este livro (pequeno, com apenas 60 páginas), há alguns anos, com muito gosto. Lembro-me de ter ficado muito impactada pela personagem Letícia, cuja densidade e riqueza interior eram, de fato, fascinantes. Em um daqueles ataques de nostalgia, resolvi reler alguns livros, e este foi um deles (li em uma sentada!). Claro, uma nova leitura, um novo prazer!

Foi então que me lembrei de que este livro fora relançado há uns dois ou três anos e, na época, li algo sobre ele ter sido reescrito pela autora. Resolvi comprá-lo para comparar a edição nova, reescrita , com a antiga. Não o encontrei na Amazon, na Cultura estava esgotado, mas na Estante Virtual podemos encontrar inclusive a edição antiga. Comprei-o na Saraiva

Ao ler a nova edição (agora com 112 páginas), a grata surpresa! Com os autores acontece o mesmo que conosco, leitores. Valesca de Assis, agora mais madura e com mais vivência, conseguiu tornar melhor o que já era ótimo. A história, narrada em primeira pessoa, traz um "diálogo" (mais para monólogo, na verdade) entre a narradora e sua filha morta, cujos ossos encontram-se guardados dentro de uma caixa de ferramentas. Atormentada por amargas verdades reveladas de forma cruel, a narradora viaja de Porto Alegre até a estância da família levando consigo os restos mortais da amada filha. Qual o seu objetivo com isso? Deixarei para que os leitores descubram por si mesmos. O que posso garantir é que a leitura de A Colheita dos Dias, de Valesca de Assis, valia a pena antes e continua valendo agora. 









A colheita dos dias, de Valesca de Assis: uma releitura

6 comentários:

  1. Amiga eu não conhecia essa obra.
    E o que você disse sobre a visão que temos com o passar do tempo é verdade, porque as coisas realmente vão mudando no decorrer da nossa vivência. E eu me adapto a isso, porque com o tempo fui amadurecendo muito mais e entendendo muitas coisas da minha vida. Enfim...Eu não sei, gostaria de ler do que se trata o livro, mas mesmo assim gostei das suas colocações. E tu escreve bem. Isso que acho impressionante O.o

    http://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2015/11/resenha-muito-mais-que-uma-princesa.html

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    1. Obrigada, Silvana! O bom é que, quanto mais lemos, mais amadurecemos. E quanto mais amadurecemos, melhor lemos.

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  2. Não conhecia essa obra.
    Realmente com o passar dos anos nossa visão sobre o que lemos muda, nossos gostos se tornam mais criticos e novas surpresas de releituras podem ser encontradas nas páginas daquele velho e amado livro.
    Adoro reler livros que li na infância e encontrar coisas diferentes, novas vivências e novas histórias.
    É como se a obra crescesse conosco.

    Como disse, não conhecia essa obra, então estou indo dar uma olhada na Estante Virtual... vai que, né?

    Raíssa Nantes

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    1. Adorei a tua comparação, acho que é isso mesmo. Obra e leitor crescem juntos.

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  3. Eu li a edição mais antiga. Na verdade, nem sabia que o livro havia sido reeditado. Vou procurar, pois gostei muito da primeira versão, e se esta nova está melhor, vou querer ler, certamente.

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  4. Está melhor sim, acho que você vai gostar! Obrigada pelo comentário!

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